domingo, 15 de maio de 2011

Você tem corpo perfeito?

Um corpo perfeito...

Tenho certeza que não estou sozinha nos conflitos internos com relação à estética do meu corpo... Não tem fim a lista de reclamações que ouço sobre aparência física... Sempre há queixas: gorda demais, magro demais, barriga, culotes, celulites, calvície, enfim, uma imensa lista de reclamações, uma imensa lista de desgostos que sentimos diariamente por termos o corpo que temos...

Quando voltei a praticar yoga, depois de muito tempo sem atividade física nenhuma, cheia de dores pelo corpo e bem acima do peso que costumava ter, eu tinha apenas uma certeza, eu precisava de consciência corporal... Foi isso que busquei e é exatamente isso que tenho encontrado... O resto é conseqüência natural!

Ao final de uma aula de yoga, o professor comentou sobre uma analogia muito comum nas culturas orientais, que compara o corpo a um cavalo que nos serve e que deve ser muito bem tratado. Naquele momento, pude perceber, com toda minha alma, o corpo perfeito e maravilhoso que eu tenho... Pude sentir, até meu último fio de cabelo, que tenho um corpo saudável, forte e muito flexível... Exatamente como eu mesma sou, forte, saudável e muito flexível... Pude perceber como esse corpo tem sido uma ferramenta divina para a prática de yoga e para todo o aprendizado espiritual que tenho vivido... Percebi como meu corpo tem sido um cavalo dócil e gentil ao me conduzir no caminho que realmente me importa...

Notei, naquele momento, quanto tempo passei desejando que meu corpo fosse algo totalmente diferente do que ele é. Eu desejava que meu corpo estivesse adequado a padrões externos de beleza, que pudesse chegar a um modelo pré-estabelecido por revistas e novelas, e que se tornasse, como são os corpos de revistas e novelas, uma ferramenta moldada para atender às necessidades de sedução, despertando a admiração e a inveja alheia... Naquele momento, percebi quanto sofrimento me impus (como muitas pessoas se impõem) simplesmente por esperar e desejar que meu corpo fosse algo que ele não era, e por me esforçar para torná-lo algo que eu achava que ele deveria ser.

Isso tudo é próprio aprendizado da observação e da aceitação!... E percebi como isso é válido também para meu corpo. Ao aceitá-lo, observá-lo e descobri-lo em suas potencialidades e em tudo que há de divino e belo nele, estou aprendendo a amá-lo e, como o amor penetra e transforma, meu corpo também tem sido penetrado e transformado pelo amor que vou aprendendo a sentir por ele... E como é maravilhoso perceber que só o que é necessário é aceitar meu corpo exatamente como ele é, sem conflitos... E tudo mais "me será dado por acréscimo"!

Aceitando amorosamente meu corpo, passo a tratá-lo como um filho querido, não mais como um escravo que merece ser castigado... As privações de comida, as torturas em máquinas de ginásticas ou as cirurgias retalhadoras podem até alcançar o mesmo resultado, mas não há amor entre um senhor cruel e um servo castigado... Se trato meu corpo com crueldade, mais cedo ou mais tarde, ele acabará se vingando, seja nas doenças psicossomáticas ou nas neuroses e depressões...

Se aprendo a tratar amorosamente meu corpo, sem criticá-lo, maltratá-lo ou abusar dele, vou descobrindo o que me faz sentir bem, quais atividades meu corpo quer fazer, que tipo de comida o faz se sentir melhor, qual carga de trabalho ele é capaz de suportar sem sofrimento, quanto descanso ele precisa para se recompor... E, assim como cuido de um filho, provendo os cuidados materiais e afetivos de que ele precisa para se desenvolver forte e saudável, vou provendo também meu corpo, que, em resposta, vai se tornando cada vez mais forte, saudável e bonito... Bonito como só ele é, não como ditam as capas de revistas!

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