domingo, 5 de junho de 2011

O nada que posso é muito!

O que eu posso? Eu nada posso...
Só posso sentir saudades, pois as pessoas se afastam de mim... Só posso ter posses, pois as coisas chegam a mim... Só posso sentir alegria, pois as coisas acontecem a mim... Só posso sentir medo, pois os perigos se aproximam de mim...
O que eu realmente posso? Eu nada posso...
Só posso nascer, pois células se agrupam para me receber... Só posso adoecer, pois doenças se instalam em mim... Só posso morrer, pois a morte passa por mim...
O que eu realmente posso fazer além de assistir a toda a existência? O que eu posso para além da impermanência das coisas? O que eu realmente posso para além da poderosa e incontestável mutabilidade de tudo? O que eu realmente posso além de reconhecer e reverenciar a força suprema que rege tudo o que há e o que pode haver, mesmo sem nunca ter existido?
O que posso eu diante de tão suprema bondade e amor, que a tudo governa e provê? O que posso eu diante de minha pequenez grandiosa?
Posso estar presente, sempre e eternamente, e assistir maravilhada a obra da criação se renovar magicamente diante de meus olhos... Posso, estarrecida e deslumbrada, observar o amor que passa por mim em direção ao outro, num fluxo eterno emanando e retornando sempre ao Imutável, ao que é sem nunca ter sido...
Posso ser parte do Todo e ser grata por me sentir mais uma nota sublime e fundamental em toda a sinfonia da criação!


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