quinta-feira, 2 de junho de 2011

Você é fraco ou forte?

Quando observo a relação que a maioria das pessoas (e me incluo nesta maioria) tem com a divindade, seja ela da maneira que for concebida, percebo como de fato ainda somos crianças espiritual e emocionalmente falando... Percebo como nós introjetamos uma figura paterna ou materna e damos a ela o nome de “Deus”.

Há os que introjetaram um pai severo, autoritário e por vezes cruel... Esses fazem de sua relação com a vida um castigo perpétuo, martirizam seus corpos e almas, mantendo-se firmes, inquebrantáveis, enquanto enfrentam as maiores privações e penitências, quase sempre, auto-impostas... Não desfalecem, não se entregam, são determinados em sua fé... É como se dissessem: “Veja, Deus, como sou forte, mereço conseguir aquilo que quero!”

Outros, na polaridade oposta, internalizaram uma mãe permissiva e superprotetora, e sofrem, sofrem incessantemente, são vítimas impotentes de toda crueldade possível... Lamentam-se e se resignam na dor interminável, tornando-se, a cada dia, mais impotentes... É como se dissessem: “Veja, Deus, como sou fraco, preciso que o Senhor me dê aquilo que quero!”

Imaginando um Deus que não é pai ou mãe, mas sim uma fonte incessante de amor e bondade infinitos, imagino que o mais razoável não seja adotar a conduta birrenta da criança que esperneia ou tenta manipular os pais para conseguir o que quer... Parece-me mais sensato adotar a conduta da criança afável e curiosa, que se dispõe a explorar o que está à sua volta, extraindo, do mundo e das relações humanas, alegria, prazer, diversão e aprendizado...

Espero que, diante da próxima adversidade, eu possa poupar a mim mesma de minhas preces birrentas dirigidas a Deus... Espero que eu seja capaz de entender que ali não há adversidade alguma, apenas mais uma curiosa experiência para ser vivida!

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